Bomba relógio

Eu não sei quanto tempo fazia
não pegava no meu violão
não fazia mais a poesia
dedicando-me ao amor e à razão

Não paro mais em casa, cumpadi
mas faço tudo por liberdade
e o tempo me dizendo o que é
o querer e o poder

O tempo me controla as vontades
Me movo ao toque da sociedade
tecido por supostas verdades
pra crescer e vencer

Mas se a vida inteira eu vivo preso a essa bomba
Paz é um facínio que eu nunca vou viver pra conhecer
Mas se eu não viver a vida a levar vento em popa
Não terei mais tempo de cantar e sorrir para você

O Grosso da Bossa

textos rizomas...

não há programas de vida
cada ser se constrói e acontece na prática
e as coisas vão se fazer, fazendo..
estabelecendo conexões entre pessoas e objetos
e conexões entre pessoa-consigo-mesmo


criação de novos meios de
subjetivação

o caminho da sabedoria é o excesso
(william blake)

o devir é algo inacabado,
sempre em curso,
sempre está 'entre'


c
ada um de nós somos vários
há o que nos aproxima de mais próximo e de mais distante
não somos somente nós mesmos mas fomos alterados,
esticados, aspirados, corroídos, multiplicados, ...

tudo isso é fluído e energia
a doença é o aprisionamento, a parada de processos

somos um grau de potência,
definido por nosso poder de afetar e de ser afetado,
e não sabemos o quanto podemos afetar e ser afetados,
é sempre uma questão de experimentação

aos poucos vamos apreendendo a selecionar
o que convém ao nosso corpo e o que não convém
o que com ele se compõe, o que tende a decompô-lo
o que aumenta a força de existir, o que a diminui
o que aumenta a potência de agir, o que a diminui